domingo, 25 de novembro de 2007

“Se um viajante numa noite de inverno”

Nos primeiros parágrafos o autor relata a preparação para se fazer uma leitura, não importa a maneira que você lê um livro o importante é lê-lo, viajar no tempo, conhecer mundos e culturas diferentes, extrair experiências extraordinárias, tudo que o amanhã guarda em si, instruir para evitar o pior.
Neste romance o autor confunde o leitor real com o personagem leitor, apesar da afiada ironia e do irresistível humor desfila tipos de romances, possibilidades de crítica e leitura, para não falar do deboche que reserva a certas atitudes dos círculos acadêmicos e editorais, é evidente que revela o seu gosto pela reflexão literária. No fundo o texto funciona como um ensaio prático.
Nesse sentido, o texto seria de certa forma, a versão ficcional do que se convencionou chamar de estética da recepção, ou seja, deslocar o centro da crítica literária do autor ou do contexto social para o leitor.
Nos últimos parágrafos o autor nos mostra que no passado, o sentido último de todos os relatos tinha duas faces: a continuidade da vida e a inevitabilidade da morte.
Sem pudor de se apresentar como uma realidade romanesca, “Se um viajante numa noite de inverno” realiza-se no mundo real, transformando, como já dissemos antes, os leitores - o concreto e o fictício- num mesmo indivíduo. Isso acaba permitindo que a continuidade da vida se imponha à inevitabilidade da morte.
Concluindo quando o autor anuncia “Você vai começar a ler o novo romance de Ítalo Calvino”, “Se um viajante numa noite de Inverno”, a frase, como ocorre com toda grande obra, contém o livro inteiro. O que se lerá dali por diante será isso: inícios de romances, sendo assim “todo livro nasce na presença de outros livros.

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